Plásticos são materiais baratos e incrivelmente versáteis, o que levou à sua difusão e adoção para quase todas aplicações conhecidas. A demanda crescente por produtos plásticos resulta numa produção em grande escala que, associada a uma mal gerenciamento, resulta em contaminação ambiental. A durabilidade dos plásticos faz com que este se acumule nos ecossistemas, com consequências ainda pouco compreendidas.
Os plásticos, cientificamente conhecidos como polímeros, são grandes moléculas compostas por unidades estruturais repetitivas. Essas unidades, chamadas monômeros, se ligam para formar cadeias, criando os materiais versáteis que usamos diariamente. Os plásticos podem ser categorizados em dois grupos principais: termoplásticos, que podem ser derretidos e remodelados, e termofixos, que se solidificam irreversivelmente quando aquecidos. Existem sete tipos principais de plásticos, cada um com propriedades e usos únicos, identificados por um código de reciclagem que varia de 1 a 7.
A produção e o consumo global de plásticos têm visto um crescimento significativo nas últimas décadas. De acordo com o grupo de pesquisa de mercado PlasticsEurope, a produção mundial de plásticos atingiu aproximadamente 400 milhões de toneladas métricas em 2022,com a Ásia sendo a maior produtora, responsável por cerca de 56%do total. A China é a principal contribuidora, responsável por cerca de 32% da produção global de plásticos.
A América do Sul também desempenha um papel na produção e consumo global de plásticos. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico(ABIPlast), o Brasil, a maior economia da América do Sul, está entre os principais produtores e consumidores de plásticos do mundo, respondendo por 2%. Em 2022, a produção de plásticos do Brasil atingiu cerca de 7 milhões de toneladas, registrando um consumo de aproximadamente 7,5 milhões de toneladas e um faturamento estimado em R$ 123 bilhões. O setor de embalagens é o principal consumidor de plásticos no Brasil, respondendo por cerca de 35% do consumo total. A tendência crescente na produção e consumo de plásticos na América do Sul e no Brasil destaca a necessidade de esforços regionais em práticas eficazes de gestão de resíduos e sustentabilidade.
Os plásticos são derivados principalmente de combustíveis fósseis não renováveis, como petróleo e gás natural, contribuindo para seu uso generalizado e baixo custo. No entanto, isso também significa que sua produção esgota recursos finitos e contribui para as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a durabilidade dos plásticos, embora benéfica para muitas aplicações, representa desafios ambientais significativos, particularmente na gestão de resíduos e poluição. A persistência dos plásticos no meio ambiente leva a um lento processo de degradação, resultando em fragmentos menores conhecidos como microplásticos, que se dispersam pelos ecossistemas. Compreender as fontes e os impactos dos plásticos é crucial para o desenvolvimento de materiais e práticas mais sustentáveis, que inclua não só a melhoria da reciclagem e a exploração de alternativas renováveis e biodegradáveis, mas também um redesenho da cadeia produtiva deste material como um todo.
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