Com os avanços científicos de hoje sabemos que é possível usar a luz como ferramenta descobrir a composição dos objetos. Para isso os cientistas usam técnicas chamadas espectroscopia, que basicamente observa como diferentes tipos de luz interagem com a matéria, como solos, água, metais, plásticos, vegetais, alimentos e até com o nosso corpo. Isso nos ajuda a entender do que esses materiais são feitos, muitas vezes sem precisar destruí-los.
Como isso funciona?
Basicamente, cada tipo de material reage de forma diferente quando a radiação, ou a luz, incide sobre ele. Alguns absorvem, outro refletem ou até emitem luz, com essa informação é possível identificar quais substâncias estão presentes. Assim, técnica de espectroscopia é como uma lupa que usa a luz para investigar do que é composta a amostra. Atualmente existem diversos tipos de espectroscopia divididos em dois grupos: aqueles que implicam uma destruição da amostra, e aquelas que avaliam a amostra intacta.
No primeiro caso é realizado a destruição da amostra com produtos químicos antes da análise, muito comum utilizados para analisar solos e sedimentos, quando queremos saber se há presença de elementos potencialmente tóxicos como os chamados metais pesados. A destruição química da amostra gera um estrato(líquido) no qual, posteriormente, será feita a leitura. Para isso comumente é usado equipamentos como Espectroscopia de Absorção Atômica e Espectroscopia de Emissão com Plasma. A técnica ajuda a determinar quais metais estão presentes em uma amostra e em que quantidade.
No segundo caso, temos as técnicas que não precisam da destruição da amostra, portanto, não precisa do uso de reagentes químicos. Nesta técnica é como tirar uma “foto química” de um determinado material usando a energia luminosa. Esta técnica é rápida e prática, porém precisa de um conhecimento prévio para usar o equipamento e para sua leitura. Dentro das técnicas mais utilizadas temos a Espectroscopia do Infravermelho, que usa a radiação infravermelha para investigar quais tipos de ligações químicas existem na amostra. É muito útil para estudar microplásticos, por exemplo. Também temos a técnica de luz Visível e Infravermelho Próximo, muito usada para estudar a composição de um solo, alimento ou também os microplásticos. Atualmente existem equipamentos portáteis que podem ser usados diretamente no campo, e até drones com sensores que podem observar grandes áreas de solo
No projeto SensNexus, por exemplo, estamos estudando a contaminação de solos costeiros por microplásticos. Para isso, usamos sensores que captam luz visível e infravermelha para identificar a presença desses resíduos sem destruir as amostras de solo.