A espectrometria, é uma ferramenta poderosa na agricultura de precisão, permitindo análises rápidas, precisas e não destrutivas de solo, plantas e ambiente. Auxilia no diagnóstico nutricional, no monitoramento de contaminantes e na detecção de problemas como estresse hídrico, pragas e doenças. Seu uso promove decisões mais assertivas, otimiza recursos e favorece práticas agrícolas sustentáveis, incluindo o enfrentamento de desafios emergentes como a poluição por plásticos nos solos.
A espectrometria é uma técnica que permite analisar a composição de diferentes materiais por meio da interação com a luz. Na agricultura moderna, especialmente no contexto da agricultura de precisão, ela tem se tornado uma ferramenta poderosa para compreender melhor o solo, as plantas e o ambiente como um todo, auxiliando os produtores na tomada de decisões mais precisas e sustentáveis.
Suas diversas modalidades, como a espectroscopia no visível (Vis), no infravermelho próximo (NIR), no infravermelho médio (MIR),a fluorescência de raios X (XRF) e a espectrometria de massas (ICP-MS),possibilitam análises rápidas, precisas e não destrutivas de diferentes materiais agrícolas, contribuindo de forma significativa para o monitoramento e a gestão eficiente dos recursos naturais.
No solo, a espectrometria permite avaliar propriedades como umidade, textura, teor de matéria orgânica e presença de macro e micronutrientes essenciais às plantas. Dessa forma, é possível identificar com precisão quais nutrientes estão disponíveis e verificar a ocorrência de contaminantes, como metais pesados. Nas plantas, sensores espectrais auxiliam na verificação do estado de saúde, do desempenho fotossintético e da ocorrência de estresse hídrico ou nutricional. Além disso, drones e câmeras espectrais podem ser empregados para mapear grandes áreas de cultivo, identificando locais com pragas, doenças ou solos empobrecidos.
A poluição por plásticos, antes associada quase exclusivamente aos ambientes marinhos, já é uma realidade preocupante nos solos agrícolas. Microplásticos podem alterar a estrutura, a fertilidade e até a dinâmica de água e nutrientes no solo. Técnicas espectrométricas como NIR e MIR permitem detectar e caracterizar esses contaminantes, mas permanecem perguntas urgentes: estamos quantificando o problema na velocidade necessária? Quanto tempo levará para que os impactos se tornem irreversíveis? E, acima de tudo, conseguiremos garantir a produtividade agrícola sem comprometer a saúde do solo?
Entre os principais benefícios da espectrometria na agricultura, destacam-se a rapidez e a precisão das análises, o caráter não destrutivo — que preserva as amostras e permite avaliações diretamente em campo—, a redução de custos laboratoriais por substituir ou complementar análises químicas mais caras e demoradas, e a economia no uso de insumos como fertilizantes e defensivos. A possibilidade de monitoramento em tempo real também favorece o desenvolvimento de práticas agrícolas mais sustentáveis.
Por fim, ao fornecer informações detalhadas sobrea condição do solo, das plantas e do ambiente, a espectrometria fortalece a tomada de decisões mais assertivas, otimizando o uso de recursos, aumentando a produtividade e promovendo uma agricultura mais inteligente e de menor impacto ambiental. No projeto SensNexus, estamos avaliando os possíveis impactos no solo e culturas de rápido desenvolvimento mediando a contaminação intencional com microplásticos.
