A poluição por plásticos tem ganhado cada vez mais destaque no meios acadêmico e na mídia. A degradação destes materiais no meio ambiente resulta na proliferação de partículas contaminantes com dimensões minúsculas, dificultando o seu monitoramento e a compreensão dos seus impactos nos ecossistemas. É necessário desenvolver novos métodos de detecção capazes de indicar a presença destas partículas quando estas se tornam invisíveis aos nossos olhos.
O SensNexus é um projeto de pesquisa iniciado em 2023 que tem por objetivo investigar a contaminação de solos costeiros por nano e microplásticos. Nossa missão é desenvolver métodos ágeis para a detecção, quantificação e tipificação de partículas plásticas em solos utilizando sensoriamento hiperespectral. Neste tipo de sensoriamento, raios de luz (visível e infravermelha) são direcionados aos alvos e a quantidade de energia refletida é medida. A partir deste valores é possível observar padrões que nos permitem identificar os diferentes materiais que compõem as amostras investigadas.
Este método tem sido empregado na indústria de reciclagem para a segregação automática de resíduos por material. Também nas ciências do solo, o uso de espectroscopia tem ganhado relevância como um método auxiliar para caracterização de propriedades do solo. O SensNexus tem como seu desafio, portanto, a combinação destas duas aplicações.
No SensNexus utilizamos modelos de de Inteligência Artificial, em especial os de Aprendizado de Máquina e Aprendizado Profundo, recorrendo ao que há de mais moderno para o processamento de dados. Com isso buscamos entregar uma tecnologia capaz de detectar e facilitar o mapeamento da poluição por plásticos em solos, contribuindo para o combate à degradação ambiental.
O projeto SensNexus é coordenado pelo professor Dr. Alexandre Ten Caten da Universidade Federal de Santa Catarina (campus Curitibanos) e realizado pelo Laboratório de Sensoriamento, Inovação e Geoprocessamento (SENGIS). Atualmente o projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), via Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNCT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da chamada “CNPq/MCTI-FNDCT CT-Petro Nº 43/2022 - Combate à poluição no mar e ambientes marinhos causada pelo plástico e seus subprodutos”.
