O Vermelho do Nilo é um corante orgânico que se liga à superfície das partículas de plástico e, quando iluminados por lâmpadas específicas, produz um brilho fluorescente, facilitando a identificação da contaminação por microplásticos em amostras de solo e sedimentos.
Por possuírem tamanhos diminutos, os microplásticos no solo podem ser facilmente confundidos com outras partículas naturalmente presentes no ambiente, como grãos de areia, silte, argila, entre outros minerais e fragmentos orgânicos. Uma estratégia valiosa para a distinção destas partículas é a adição de corantes específicos que ressaltam apenas determinados elementos, com base em sua natureza eletroquímica. É valendo-se destes princípios que cientistas vêm utilizando o Vermelho do Nilo para identificar microplásticos em amostras de solo e sedimentos.
O Vermelho do Nilo é um corante orgânico, hidrofóbico, metacromático e fotoquimicamente estável que se liga à superfície não polar de uma ampla gama de polímeros (e.g. PET, PE, PP e PVC). Quando exposto à luz em comprimentos de onda específicos o corante emite fluorescência, facilitando a visualização das partículas tingidas sob um microscópio, como é possível observar no filamento azulado da imagem acima. Essa técnica oferece uma maneira relativamente simples e econômica de analisar amostras de solo e sedimentos, produzindo dados valiosos sobre a extensão da poluição por microplásticos. É importante ressaltar que o Vermelho do Nilo não é tóxico para células humanas nas concentrações utilizadas para produzir a fluorescência.
O tingimento por Vermelho do Nilo provou ser útil na detecção de microplásticos ocultos para inspeção espectroscópica, auxiliando a contagem de partículas por processamento automatizado de imagens e abrindo caminho para investigação de microplásticos menores escondidos no ambiente (tamanhos < 20 µm). Apesar de ser uma ferramenta poderosa, é importante notar que esta técnica não é infalível, dado que alguns tipos de microplásticos podem não corar de forma eficaz, ou ainda outras partículas podem interagir com o corante, produzindo falsos positivos. Portanto, ele é frequentemente usado em combinação com outras técnicas analíticas ou outros corantes para confirmar a presença e o tipo de contaminante. Ainda que com limitações, o Vermelho do Nilo continua sendo um importante aliado na luta contínua contra a poluição por microplásticos.